Para quem não sabe tenho dedicado algum tempo a recuperar a minha mota de adolescência.
O meu mano velho quando eu tinha os meus14-15 anos comprou uma Honda SS50 que estava parada á uns anos valente e até aos 17 e até ter falecido um amigo meu foi o meu veiculo de transporte.
Depois disso ainda andou mais um pouco mas esteve mais tempo parada que a andar.
O Ano passado decidi ir recupera-la para dar umas voltas.
Quando vi que estavam a organizar uma concentração de motorizadas clássicas para bater o record do mundo (TODOS A FÁTIMA) decidi logo que tinha de lá estar e que ia a rolar nela de Espinha até Fátima.
Depois de alguns avanços e recuos lá fiz a inscrição e arranjei um grupo pequeno mas jeitoso.
Augusto e o filho com uma Fazel Zundap Z3 1984 completamente restaurada
Alexandre Mendes e pai com a sua EFS GT Super de 1971 restaurada á já 4 anos
António Lima com uma Zundap KS 50 Falconete de 1961 completamente original, por restaurar e um belissimo exemplar.
Eu, claro fui na velhinha Honda SS50Z de 1972 com a mecânica quase toda reparada mas por restaurar.
As contas que tínhamos feito era que deveríamos demorar umas 5 horas para lá e umas 5 na volta
Eram 4:45 e sai de casa pronto para arrancar, o Tony veio cá ter com a mota na carrinha e o Alexandre veio a rolar de Gaia.
O Augusto encontrou-se connosco em Esmoriz quando íamos a caminho da Vila da Feira para entrar na N1 e com os atrasos habituais para arrancar já eram umas 5:45 quando chegamos á vila da Feira
Tenho de dizer desde já que todas as motas, sem excepção, tiveram avarias.
Os primeiros quilometro foram muito lentos e estava a ver que não íamos chegar a tempo para a contagem do recorde até que concordamos que seria melhor o filho do Augusto vir comigo. Bendita a hora e a partir daí o andamento melhorou bastante.
Com um atraso de 1 hora em relação ao estimado paramos um pouco antes da Bairrada para tomar o pequeno almoço e só voltamos a fazer uma paragem para a primeira reparação do dia. A mota do Alexandre tinha ficado sem acelerador mas com o nosso “mecânico” Tony e a sua caixa de ferramenta mágica rapidamente substituimos o cabo e seguimos caminho.
A terceira paragem já foi para reabastecer a chegar a Leiria onde tinha-mos de sair da N1 a caminho de Fátima.
Aqui a Famel Z3 do Augusto começou a dar sinais de problemas, pois teimava em não querer pegar.
deviam ser umas 11:15 quando chegamos a Fátima e demoramos um pouco até descobrir onde era a concentração (1º sinal de má organização) . Uma pequena equipa com uma placa bem visível na rotunda á entrada de Fátima a orientar os motociclistas e tudo teria sido bem diferente para muitos.
Á Entrada no recinto para a contagem, o balcão para levantar a inscrição demonstrou mais desorganização. Vi pessoal a levantar 2 e 3 vezes a mesma inscrição e colegas meus que tinha pago 15€ pois não ficavam para jantar foram-lhes dada uma fita com direito a jantar, nada de grave uma vez que não ficamos para jantar.
Quando entramos para o recito foi mesmo á queima, pois mais um pouco e a contagem tinha terminado e não teríamos participado.
Quando assentamos e estávamos prontos para dar uma volta a ver as motas, já todos estavam a arrancar para o local do almoço.
O Nível de CO2 em Fátima deve ter estado a níveis alarmantes neste dia, era impressionante o fumo e o barulho das motorizadas.
A distância do recinto ao local do almoço ainda era longo e foi feito um andamento lento e foi aqui que tivemos a segunda avaria. A mota do Augusto queimou a vela, mas mais uma vez, o nosso mecânico resolveu rápidamente.
O almoço foi mais um momento de desorganização/inexperiência a organizar um evento desta dimensão.
Uma banca, eu repito apenas uma banca, para servir perto de umas 3000 inscrições mais acompanhantes que, não faço ideia, mas deviam ser no total umas 4000 pessoas ou perto disso é inqualificável.
Para agravar ainda mais decidiram obrigar as pessoas a amontoarem-se num corredor com portas em vidro que achei, não iam durar muito tempo.
A comida servida foi a habitual em eventos destes e não posso dizer que fiquei com fome.
Como estávamos galgados de fome fomos dos primeiros a passar pelo sofrimento da espera e aperto para o almoço e sobrou tempo para ver algumas das máquinas antes que começassem a partir.
Depois de um café e da foto com as máquinas no santuário, e quando iamos arrancar na viagem de regresso, a mota do Augusto voltou a avariar ( terceira paragem).
Tiramos a vela e o Mecânico disse que estava boa…..então….qual é o problema?
O Augusto a mota está seca!! sem gasolina ela não anda!!!
Voltar a montar tudo, guardar a ferramenta e passar para a reserva e lá arrancamos para as bombas mais proximas.
Nas bombas aproveitou-se para meter óleo nas correntes e verificar os níveis.
A Mota do tony “Mecânico” começou a dar sinais de problemas e não queria desenvolver e logo ali ele abriu o escape tirou o silenciador e fez-lhe uma limpeza para tentar resolver o problema.
Com um andamento bom o Tony continuava a ficar para trás e a ter dificuldade em acompanhar. Nova e quarta avaria, desta vez para voltar a meter o silenciador e apertar o escape da EFS que estava desapertado e corria o risco de perder a ponta do escape.
Como o problema do Tony não parecia estar no escape começou a querer desmontar o carburador para o limpar, de salientar que a mala deste mecânico não tinha martelo, mala de ferramenta digna desse nome têm de ter martelo. Uma falha imperdoável, diga-se… Para agravar reparei que também não trazia compressor, Gravíssimo….
A meio da reparação detectou-se que o cachimbo tinha partido e que se calhar o problema estava aqui. Nada que o experiente Tony “mecânico” não resolvesse com uma ligação direta á moda antiga como ele diz.
Com todos os problemas aparentemente resolvidos e com o Augusto cheio de pica para dar gás lá arrancamos até há Bairrada para uma sandocas de leitão.
Aqui Tivemos de reparar a embraiagem da EFS do Alexandre que tinha partido, nada que o tony “mecânico” não fizesse com uma perna ás costas. O pior ainda estava para acontecer…
Eu estava com uma dor de cabeça enorme e quase não comi, tomei 2 pastilhas e no final do jantar já estava melhor e meio pronto para arrancar.
quando íamos arrancar e já com a noite a acompanhar-nos tivemos uma nova e ultima avaria, desta vez foi a minha velhinha Honda.
Ainda não acredito que a minha motinha manchou o bom nome Honda deixando-me ficar sem o pisca do lado direito quando ainda por cima o nosso Tony “mecânico” não tinha como reparar…
Com a vergonha decidi ir o resto do caminho sempre atrás.
Correu tudo bem, chegamos todos por volta da meia-noite, muito cansados e com duvidas se voltamos a repetir tamanha façanha mas estou convencido que na próxima semana estamos todos prontos para repetir.
Em relação ao evento, quero dizer que apesar das criticas que aqui deixo, não deixo de elogiar o espírito empreendedor do Pedro Oliveira e que um evento desta magnitude nunca é fácil de organizar.
Tenho a certeza que se as coisas tivesse estado melhor na organização a contagem que parece que foi de 2350 motas teria sido muito maior. O numero de inscritos deve ter rondado os 3500, 4000, com as avarias e desistências de ultima hora deviam de lá estar umas 3500 motas mas muitas simplesmente não foram ou não chegaram a tempo para a contagem por responsabilidade da organização.
abraço a todos.
PS: Enviem ASAP o resto das fotos e videos SFF
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