No sábado o Cabanelas combinou comigo em encontra-se no tasco com o jipe dele para ir dar uma volta até pedorido e voltar.
Enviei um SMS ao pessoal como de costume para aparecerem ás 9:00 no Intermarché e arrancarmos o mais tardar ás 9:15.
Apareceu o Carlos Pereira, Castanheira, Zico e o João Plácido.
Arrancamos com uma chuva ligeira que não incomodava muito
Chegamos ao tasco cedo, por volta das 10:10, e já estava lá o Cabanelas e o Lino prontinhos para arrancar.
Comemos a nossa sandoca e arrancamos comigo á frente a indicar o caminho.
O primeiro obstáculo foi um ribeiro que normalmente passamos sem qualquer problema.
Com a chuva que esteve e estava, o ribeiro parecia o rio Douro, passei e preparei-me para filmar o resto do pessoal.
O Carlos com a sua 4×4 não teve qualquer problema, o Zico quase ia pelo rio abaixo e o João com a sua raptor 250 a meio fica completamente debaixo de água e afoga a mota.
O pessoal só têm tempo de agarrar a mota e puxar para a margem.
Resultado: mota afogada e caixa de filtro de ar a fazer de piscina, hehehe.
Como não tínhamos nenhum mecânico de serviço e como já tinha visto acontecer acidentes semelhantes, toca a arregaçar as mangas e pegar na nossa ferramenta completas que o Carlos Pereira trás sempre com ele.
Com chuva e trovoada, viramos a mota para tirar a agua da caixa do filtro, enxugamos o filtro, tiramos a vela, limpamos a agua do cilindro com o motor de arranque e estamos prontos a arrancar novamente.
Ultrapassada este problema chegamos ás famosas 3 rampas e com esta chuva toda as rochas estavam lisinhas com mármore, como eu ia na frente tive de ser o primeiro a subir.
3 padre nossos, 4 avé Maria e aí vou eu!, primeira rampa já está, ufa…
Salto da mota e preparo-me para filmar o resto do pessoal, o zico não teve problemas, o Carlos com a Volverine queria subir e acredito que subia, mas sinceramente não o quero voltar a ver a ser baptizado.
Já anda melhor mas ainda têm de ganhar mais experiência.
Com o jipe do Cabanelas eu estava mortinho para o filmar a esgravatar, fiquei desapontado, nem uma vez tentou.
O resto do pessoal foi pela alternativa, fiquei eu e o Zico.
Olho para a segunda rampa e vejo uma rocha com uns 15 metros de comprimento completamente lisinha, nem um grão de areia para a mota esgravatar.
Pensei para os meus botões: vai ser bonito vai, mas já não podia dar parte fraca e sempre tinha o zico para dar uma mão.
Lá vou eu, foge para a esquerda, foge para a direita e a muito custo lá consegui subir à primeira.
O zico arrancou mas ficou logo no inicio da subida, tenho um furo, diz ele, vou ter de ir á volta!
Boa! agora estou sozinho e a terceira rampa é a maior e não sei porquê neste dia parecia que não tinha fim.
Como já tinha subido duas não era agora que deixava de subir esta.
Correu bem e o Carlos Pereira até filmou a minha saída em grande!!! 😀
Fomos até ao outro rio para ver se dava para passar para Pedorido, como era impossível começamos o caminho de regresso sempre a chover e a trovoar.
Na volta foi dar uma volta com o Cabanelas no jipe dele (claro que nem o capacete tirei, hehehe), foi muito fixe.
O Carlos e o Zico entretanto foram embora e a partir desse momento tudo começou a correr mal.
Logo na subida para o marco dos quatro conselhos fiquei atascado.
Chegado ao riacho mais á frente, achei que estava mau mas talvez desse para passar, entrei e estava quase a chegar à outra margem quando a traseira começou a girar e a ser puxado pelo rio.
Nota: Fui nabo porque entrei a direito e devia de ter apontado a mota à frente da saída.
O Castanheira e o João saltaram para a agua e só tiveram tempo de agarrar a mota (estava a ver a vida a andar para trás), tiramos a minha corda e amarramos a mota a uma árvore.
A corrente era tanta que não tínhamos qualquer hipótese de os três conseguimos tirar a minha mota daquela situação.
Foi nesta altura que senti a falta da mota do Carlos Pereira e o guincho da Volverine.
Como estávamos no rio, rede Vodafone na minha cebola era mentira.
Liguei com o telefone do João (TMN), obrigado João, para o Cabanelas para nos vir ajudar com o jipe.
Este demorou uma eternidade porque no caminho apanhou um trilho cheio de canas e bosta de vaca e atascou.
Com jeitinho e muita habilidade lá conseguiu passar mas ficou com qualquer coisa agarrada ao eixo que deixou o jipe a fazer um barulho infernal.
Nesta altura, todo molhado e gelado já eu pensava, o que mais pode acontecer? ainda fica o jipe lá em baixo também e vou ter de ir a pé chamar um tractor.
Desceu até ao rio e começou a puxar a mota, como as cintas eram curtas não dava para puxar a direito, resultado, o jipe mandou-me contra a margem e empenou a direcção.
Depois de várias tentativas lá conseguimos, mas ainda faltava a mota do Castanheira e do João.
A do João como é mais baixa não metemos a trabalhar e deixamos ir a boiar para não voltar a afogar-se.
O Cabanelas arranca e nós dentro do rio íamos segurando a mota para não ir com a corrente, ao chegar à margem entrou ao lado da saída e nem a berrar o Cabanelas ouvia a ordem de paragem, resultado: mota virada no meio das árvores todas partidas.
Não sei se já referi que esteve sempre a chover…
A do Castanheira já correu melhor: montei em cima dela e o Lino já ficou ao lado do Cabanelas para o mandar parar e a filmar, hehehe.
Arranquei e senti que a mota estava sem tracção mas como o jipe estava a puxar, tudo bem.
Já todos rotos, ensopados até ao pescoço e fartos de estar ali, atiramos as cordas para dentro do jipe e começamos a equipar para arrancar.
Luvas cheias de terra e completamente ensopadas, óculos cheios de terra e completamente embaciados, capacete ensopado, cuecas molhadas… enfim uma desgraça.
O Castanheira arranca e não consegue subir, é pá tens o pneu furado!!
Voltei a sentir saudades do Carlos e da sua mala de ferramentas especifica para furos.
Lá vou eu, à chuva, atrás do jipe para pegar a corda que pensávamos que não íamos precisar mais.
As cordas estava de tal maneira amarradas (à Castanheira) que demorei uns 10 minutos com as mão geladas e a tremer a tentar desfazer os nós.
Amarrei a mota do Castanheira á minha e toca a subir por lá acima, mais à frente lá estava o Cabanelas atolado de merda até ao chassi.
Para trás, para a frente, direcção para um lado e para o outro e lá conseguiu sair.
Eu, como estava a puxar o Castanheira, todo molhado e cheio de frio não tinha vontade nenhuma de encher-me de merda (prefiro a chuva), procurei passar ao lado.
A meio dessa alternativa lá empenei o resto da direcção e fiquei com uma roda a apontar para a frente e outra para o lado.
Quando já estávamos a entrar em desespero lá conseguimos chegar ao lindo alcatrão!!
Nunca gostei tanto de ver alcatrão na minha vida, hehehe
Arrumamos a corda e fomos ao tasco tentar encher o pneu do castanheira mas nada feito, tínhamos de ir embora assim.
Ir pelo mato estava fora de hipótese, não tínhamos vontade de ter mais surpresas.
Pela estrada o que poderia correr mal? pensei eu…pensei mal!
Arrancamos e de chuva passa a granizo que amassa a chapa dos carros, sem luvas, sem óculos e com bolas de gelo a bater no corpo, nas mãos e na cara tive de parar.
A muito custo lá consegui vestir as luvas mas os óculos era impossível.
Viemos o resto da viagem toda sempre debaixo de chuva, alternada com saraiva, direcção empenada, pneu completamente furado e o outro com água no motor, devagarinho, muito devagarinho…
Tinha os pés gelados as mãos nem as sentia, e o resto do corpo todo ensopado.
Se desta vez não apanhei uma pneumonia nunca mais apanho.
Cheguei a casa finalmente por volta das 15:30
Tão cedo não volto a pegar na mota, hehehe, mentira para semana estou lá outra vez.
Abraço!
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OK, O relato é real, gostei em especial do fim do filme com os nomes dos actores c/ legenda. Resumindo… vende a moto e compra um jipe, já não tens idade para trotinetes 🙂
Tenho pena de este fim de semana n ter estado por ai .
Parece que as coisas foram bem animadas.
Boas
Já estou com medo de ir com vocês um dia destes com a minha Warrior.
Com esse filmes de guerra vou é com o tractor do pai
Bom saltos
Enquanto for só a mota afogada, menos mal…o pior é quando for o piloto! Não sei porquê, mas pelo que tenho andando a consultar, no próximo Domingo vai ser igual. É melhor levarmos as correntes para a neve. 🙂
Acho que é melhor comecarem apostar para nós atascar-mos, o mesmo já não podemos dizer, o certo é que se tirou um fardo de palha debaixo do jeep, no domingo já tens o mata-bicho pronto…. eheheh
Está já combinado um passeio para a altura do próximo diluvio!!! eu levo a câmara de filmar e limito-me à actividade de camara men 😛 e quando convidarem para ir dar um passeio para esses lados, já sei que tenho de levar uma mochila maior para levar o barco de encher e remos…grande abraço para todos
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